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Nem mesmo Deus Pode Afundar o RMS Titanic

Na realidade, esta afirmação nunca foi feita pela White Star Line ou quaisquer publicações da época. Esta declaração foi criada pelo imaginário popular pós-naufrágio quando este tomou conhecimento mundial.

Isso porque a fama que acompanhou o Titanic durante seu período de construção era a de ser um navio livre de qualquer perigo. Um folheto publicitário circulava pela cidade Southampton anunciando o maior navio já construído pelo homem. A ideia, ou melhor, o conforto mental sobre o quesito de tecnologia do Titanic era suficiente para que os construtores julgassem que ele era praticamente impossível de afundar devido ao sistema de comportas automático à prova d’ água.

O casco do navio era dividido em 16 compartimentos estanques, separados por 15 anteparas. Andrews e os construtores projetaram o transatlântico para flutuar até com quatro destes compartimentos inundados, desta forma, seu surpreendente naufrágio não era uma hipótese. Esse sistema atraiu uma multidão de passageiros que embarcaram no Titanic com uma falsa sensação de segurança. No entanto, ela refletiria sob a reputação da White Star Line e de seu presidente Bruce Ismay anos depois. Tais compartimentos não era novidade na época, os navios da Cunard Line, por exemplo, também usufruíam dessa engenharia náutica.

Além disso, o sistema de comportas era também outro detalhe previsto no projeto de construção do Titanic que se mostrava equivocado, pois não eram altas suficientes para impedir totalmente a passagem de água de um para outro. Elas deveriam atingir a altura total do navio desde a quilha até o fundo do convés inferior, porém acabavam muitos centímetros abaixo. Com 4 compartimentos, o Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco inundados pressionaria a proa para o fundo e o navio perderia seu equilíbrio.

O naufrágio do Titanic implicou em diversas mudanças na construção do Britannic, o terceiro navio da Classe Olympic, o que incluiu a extensão das anteparas a prova d’água do fundo até o deck “E” na parte dianteira do navio e até o deck “D” na parte de trás. Cinco dessas anteparas também estenderam-se até o deck “B” e outras onze até o deck “E”.

Depois da tragédia, já não parecia mais importar para a companhia se as anteparas e as pesadas portas a prova d’água se infiltrassem nos compartimentos da primeira classe.