Na noite em que o Titanic afundou, um navio misterioso fora visto por diversas pessoas, fato este que foi levantado nos inquéritos pós-naufrágio o que resultou em várias teorias da conspiração.
A principal teoria seria de que o SS Californian, um navio a vapor da British Leyland Line, estaria muito próximo da área onde o Titanic havia colidido com um iceberg e estava afundando. Ele estava preso em meio a um campo de gelo e não foi capaz de captar os pedidos de socorro da outra embarcação porque seu operador de rádio já tinha ido dormir. A tripulação do Titanic afirma ter visto outro navio por perto enquanto a tripulação do Californian disse ter avistado luzes de outra embarcação e o lançamento de fogos de artifício sinalizadores, porém não entenderam seu significado e acabaram não prestando assistência.
A tripulação e seu capitão Stanley Lord foram muito criticados por não terem ido ao socorro do Titanic, com Lord tendo sua carreira e reputação destruída depois do incidente. Apesar disso, até hoje existem grandes controvérsias e debates sobre a real posição dos dois navios e se era possível que Californian tivesse conseguido resgatar os sobreviventes, ou se ainda era realmente o Titanic o navio que fora avistado naquela noite.
O SS Californian saiu de Liverpool, na Inglaterra, com destino a Boston, nos Estados Unidos e não transportava passageiros nesta viagem. Segundo o diário de bordo, o Californian estava a 32 quilômetros ao norte da posição do Titanic transmitida pelo rádio. Dessa distância os navios não se avistariam, embora Lord tenha omitido essa informação durante o inquérito. O Capitão insinuou que havia um terceiro navio parado entre o Californian e o Titanic durante grande parte da noite, mas que partira antes do amanhecer. Lord foi enfático e disse que avistara um navio cargueiro pequeno, não um transatlântico.
No entanto, o senador Smith, responsável pelo inquérito nos Estados Unidos, considerou o Capitão Lord do Californian também culpado pelas proporções tomadas pela tragédia uma vez que o mesmo teria quebrado uma das mais importantes regras marítimas e, nesse sentido, não atendera a uma demanda humanitária básica. Não ajudara um navio em perigo.
O que exatamente aconteceu nos conveses do SS Californian naquela noite fatídica está perdido para sempre nos vazios da história e do tempo. Ironicamente, o navio desapareceu pouco depois do naufrágio. Durante a Primeira Guerra Mundial, um destino quase poético por natureza, o navio foi afundado durante a guerra e nunca foi encontrado.
Referências: Titanic – A verdadeira e trágica história e os atos de heroísmo de seus passageiros (Rubert Matthews)