201122

E Se o Titanic Naufragasse nos dias Atuais ?

O acidente do Titanic foi um divisor de águas para a segurança; depois dele, navios passaram a ter normas estruturais para a fabricação, padrões de segurança e planos de evacuação consistentes. Hoje, radares e sonares identificam icebergs muito antes de um navio encontrar com ele. Além disso, as cartas náuticas, o mapeamento dos mares, tudo ficou muito mais sofisticado.

No entanto, mesmo com todo o avanço tecnológico, ainda não estamos imunes de acidentes. Lembrando que em 1912, o Titanic era o possante da época, o gigante dos mares (269 metros), mas se comparado com um de hoje, parece um barquinho. Entre tripulação e passageiros, ele comportava cerca de 3,3 mil pessoas. O maior navio de passageiros do mundo atualmente é o Wonder of the Seas, que tem 362 metros de comprimento, acomoda 7 mil passageiros e 2,3 mil tripulantes.

Se o Titanic tivesse colidido com um iceberg no mundo atual, a guarda costeira empregaria uma pequena frota de barcos e helicópteros para auxiliar na evacuação. Também, graças ao avanço da tecnologia, com o aumento do alcance no raio das ondas de rádio, todos os navios na área seguiria as coordenadas no momento que a mensagem de S.O.S fosse emitida. Também não teríamos o caso de ter algum oficial indisponível ao recebê-la.

Além disso, com a quantidade de botes salva-vidas suficientes para todos os passageiros à bordo e com um capitão competente supervisionando uma evacuação organizada, este Titanic moderno poderia não ser considerado um desastre mesmo estando há 644 km de distância da costa.

Por outro lado, o naufrágio do Costa Concordia em 2012, por exemplo, nos mostrou o que pode acontecer quando as precauções de segurança são ignoradas. Esses dois transatlânticos possuíam o que havia de mais tecnológico e inovador cada um a sua época e foram a prova de que tudo isso pode não ser suficiente.

Referências: https://www.youtube.com/watch?v=Fc18g-5ZGT4
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61102031

09082022

Conheça O Mistério Por Trás Do SS Californian

Na noite em que o Titanic afundou, um navio misterioso fora visto por diversas pessoas, fato este que foi levantado nos inquéritos pós-naufrágio o que resultou em várias teorias da conspiração.

A principal teoria seria de que o SS Californian, um navio a vapor da British Leyland Line, estaria muito próximo da área onde o Titanic havia colidido com um iceberg e estava afundando. Ele estava preso em meio a um campo de gelo e não foi capaz de captar os pedidos de socorro da outra embarcação porque seu operador de rádio já tinha ido dormir. A tripulação do Titanic afirma ter visto outro navio por perto enquanto a tripulação do Californian disse ter avistado luzes de outra embarcação e o lançamento de fogos de artifício sinalizadores, porém não entenderam seu significado e acabaram não prestando assistência.

A tripulação e seu capitão Stanley Lord foram muito criticados por não terem ido ao socorro do Titanic, com Lord tendo sua carreira e reputação destruída depois do incidente. Apesar disso, até hoje existem grandes controvérsias e debates sobre a real posição dos dois navios e se era possível que Californian tivesse conseguido resgatar os sobreviventes, ou se ainda era realmente o Titanic o navio que fora avistado naquela noite.

O SS Californian saiu de Liverpool, na Inglaterra, com destino a Boston, nos Estados Unidos e não transportava passageiros nesta viagem. Segundo o diário de bordo, o Californian estava a 32 quilômetros ao norte da posição do Titanic transmitida pelo rádio. Dessa distância os navios não se avistariam, embora Lord tenha omitido essa informação durante o inquérito. O Capitão insinuou que havia um terceiro navio parado entre o Californian e o Titanic durante grande parte da noite, mas que partira antes do amanhecer. Lord foi enfático e disse que avistara um navio cargueiro pequeno, não um transatlântico.

No entanto, o senador Smith, responsável pelo inquérito nos Estados Unidos, considerou o Capitão Lord do Californian também culpado pelas proporções tomadas pela tragédia uma vez que o mesmo teria quebrado uma das mais importantes regras marítimas e, nesse sentido, não atendera a uma demanda humanitária básica. Não ajudara um navio em perigo.

O que exatamente aconteceu nos conveses do SS Californian naquela noite fatídica está perdido para sempre nos vazios da história e do tempo. Ironicamente, o navio desapareceu pouco depois do naufrágio. Durante a Primeira Guerra Mundial, um destino quase poético por natureza, o navio foi afundado durante a guerra e nunca foi encontrado.

Referências: Titanic – A verdadeira e trágica história e os atos de heroísmo de seus passageiros (Rubert Matthews)

261221

O Marinheiro John Hopkins Que Salvou Muitas Vidas

Havia mais de duas mil pessoas somando passageiros e tripulação a bordo do Titanic em sua viagem inaugural, quando o transatlântico caiu em desgraça ao se chocar com um iceberg, e sofreu um trágico naufrágio em meio às águas internacionais. 

Entre todas essas pessoas tanto as 706 que tiveram a sorte de sobreviver ao desastre, quanto às outras tantas que afundaram junto ao navio existem ainda histórias que permanecem como mistérios para a atualidade. 

Uma delas, todavia, foi trazida à superfície em maio de 2016, quando esforços da Titanic International Society, que é uma ONG cujo objetivo é preservar a memória do célebre transatlântico, identificaram o túmulo de um herói esquecido da tragédia, O irlandês Robert John Hopkins.

Hopkins tinha 43 anos de idade quando embarcou no Titanic. Ele vivia nos Estados Unidos desde 1900, quando se mudou para o país norte americano com sua esposa Annie Graham Hopkins.

Em 1911, afinal, quando entrou a bordo do famoso transatlântico, John não estava ali a passeio, como muitos, e sim a trabalho, Ele era um marinheiro do Titanic. 

No fim, sua atuação acabou sendo de grande importância nos momentos de pânico que se seguiram após a tripulação perceber que o navio estava afundando, e começar a distribuir os passageiros entre os botes salva-vidas que, vale lembrar, não eram suficientes para todos. 

Hopkins foi designado para o bote 13, e após atingir o mar, percebeu a tempo que naquela correria para salvar quem fosse possível, outro bote já estava sendo preparado antes do deles ser liberado para flutuar para longe do navio. 

O número 15 poderia ter caído bem em cima de suas cabeças, não fosse à eficiência do marinheiro irlandês em cortar as cordas que os conectavam ao Titanic. Para tanto, ele usou o canivete de outra passageira que estava com ele, chamada Delia McDermot. Seus reflexos rápidos foram responsáveis por manter sãos e salvos os membros do bote 13. Mais tarde relatou suas experiências:

… Enquanto o bote salva-vidas afundava, notei, assim como os outros, que ele ia pousar bem embaixo do escapamento dos motores, o que com certeza o teria afundado. Liguei e o abaixamento foi atrasado o suficiente para corrigir isso. Então o barco numero 15 foi baixado quase em cima dele, sendo interrompido a tempo por uma chamada de baixo. Eu tive que cortar as cordas com minha faca. A queda do bote do convés para a água, em circunstâncias normais, era de 95 pés. Neste caso era muito mais, pois a proa na altura estava a afundar e a popa levantava-se bem alto. Mesmo assim, eu não pensava que ela fosse descer …

Não sendo obrigado a prestar depoimento no Inquérito Britânico ou Americano sobre o desastre, Hopkins recusou as ordens da companhia para navegar de volta para a Grã-Bretanha e sair da White Star Line, sem esperar nenhum alívio financeiro deles. 

Embora a experiência de um naufrágio seja marcada pelo trauma, Hopkins manteve sua profissão nos anos posteriores ao episódio. Ele passou o restante de sua vida trabalhando nos portos dos Estados Unidos, até que faleceu em 1943, aos 75 anos de idade. 

251221

A Polêmica Sobre A Morte de Murdoch Em Titanic

Com a tragédia do RMS Titanic em 14 de Abril de 1912, cerca de 700 pessoas sobreviveram e mais de 1.500 morreram, entre elas William McMaster Murdoch, marinheiro britânico conhecido por ter servido como o primeiro oficial do RMS Titanic. 

Para se ter uma ideia de como era a história dos Murdoch com o mar, o sobrenome significa (homem do mar) em gaélico, ou ( marinheiro ) e ( guerreiro do mar ) em nórdico, segundo o The Internet Surname Database. 

Foi ele quem ordenou o curso da popa, realizando a curva para desviar sem sucesso. Após a colisão, também acompanhou o engenheiro Thomas Andrews para averiguar os danos, sendo um dos primeiros a concluir que a tragédia era eminente, segundo aponta Mark Chirnside em The Olympic Class Ships: Olympic, Titanic & Britannic. 

Com isso, se deslocou até o convés, sendo responsável por trabalhar na saída dos botes ímpares. De acordo com relatos, foi um dos poucos oficiais que entenderam que a prioridade era preferencial, ocupando os botes com homens quando não se completavam com mulheres e crianças. 

Ao preparar o lançamento do barco desdobrável, Murdoch começou a serrar os fios sob outro bote prestes a sair, buscando acelerar o processo antes que a água atingisse o convés. Foi a última vez que o oficial foi visto com vida. 

Apesar da trajetória historicamente registrada pelo trabalho e respeito, uma polêmica surtiu efeito após o lançamento do filme Titanic, em 1997. Na obra de James Cameron, William aceita suborno do passageiro Caledon Hockey, ex noivo de Rose, para compor um dos botes salva-vidas com prioridade além de atirar em um passageiro que tentava invadir um dos barcos colocando o personagem como corrupto e impiedoso, como aponta o Observatório do Cinema. 

O estopim foi o suicídio do mesmo, que no filme é relatado com um disparo de revólver contra a cabeça. Segundo a ABC, as suposições do roteiro foram duramente contestadas por familiares de Murdoch e por membros da Titanic Foundation, que decidiram intimar o autor. 

Ele morreu enquanto pulava em um dos botes salva-vidas onde cordas estavam presas. Ele rasgou as cordas com uma faca, mas com o peso do barco cheio de gente recebeu um forte golpe na cabeça que o matou de imediato, disse José Ferreiro, diretor da fundação, em entrevista ao canal americano ABC. 

Mesmo sem a certeza das versões, o então vice-presidente da 20th Century Fox se encontrou com o sobrinho do primeiro oficial no ano seguinte ao lançamento do filme, dando £ 5 mil para compensar a angústia causada, além de formalizar um pedido de desculpar para a cidade natal do ex-tripulante, visto como ídolo até os dias atuais. 

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Kate Gilnagh a garota perdida do Titanic

Historia incríveis sobre o Titanic não são poucas mas uma delas é o caso de Katerine Gilnagh, uma sobrevivente do Titanic que descobriu sobre a tragédia poucos minutos antes do navio afundar por completo no Atlantico Norte.

Katerine Gilnagh nasceu em Rhyne, Cloonee, Co Longford, na Irlanda, em 30 de outubro de 1894, nascida em uma família católica, ela foi a segunda filha do fazendeiro Hugh Gilnagh e Johanna Duffy.

Sua irmã Mary ja se encontrava nos Estados Unidos, ela deixando a Irlanda a bordo de Laurentic em 9 de abril de 1911, Mary morava e trabalhava em Manhattan e logo mandou Kate se juntar a ela.

Kate embarcou no Titanic em Queenstown em 11 de abril de 1912 como passageiro de terceira classe, acomodou-se na cabine 161, formou um grupo de amigas, com outras três garotas de Longford, Katie Mullin e as irmãs Murphy, Margaret e Kate.

No momento do naufrágio um homem o qual elas estavam familiarizadas bateu em sua porta falando que algo estava errado com o navio e pediu que elas fossem para a área dos botes, ao tentar passar por uma barreira, um tripulante a interrompeu, mas ocorreu a intervenção de um passageiro chamado James Farrell, que ameaçou o agressor com um soco se ele não deixasse as mulheres passarem. Por salvar sua vida e ela mais tarde se referiu a Farrell como seu anjo da guarda.

Ao chegar no convés dos botes Kate não conseguiu chegar ao bote por causa da multidão, um homem por perto ofereceu-lhe um elevador nos ombros, que ela aceitou de imediato, assim  ela conseguiu subir o corrimão até o convés do bote, ela tentou entrar, mas um tripulante novamente a impediu, dizendo que estava cheio, neste momento ela falou falsamente com um voz de choro que sua irmã estava no bote, desta forma ela conseguiu entrar no bote.

Anos mais tarde, Kate contou que não tinha a menor ideia da magnitude do desastre que se desenrolava, ao ponto de que ela pensou que tudo aquilo fosse algum tipo de experiência envolvida na viagem, e que essa era a forma como todo mundo chegava à América.

Kate reencontrou sua irmã e foi registada como empregada domestica em sua chegada, sua vida decorreu tranquilamente e seu falecimento foi em 1 de março de 1971.

Agradecimento a nossa grande amiga Natalia Rose por trazer essa historia rica e incrível para a comunidade do Titanic Brasil.

29102021

Joseph Laroch o Único Passageiro Negro Do Titanic

O Sr. Joseph Philippe Lemercier Laroche nasceu em Cap Haitien, Haiti, em 26 de maio de 1886. Em 1901, aos 15 anos, ele deixou o Haiti e viajou para Beauvais, França, onde esperava ingressar no colégio para estudar engenharia.
Enquanto visitava a cidade vizinha de Villejuif, Joseph conheceu a Srta. Juliette Lafargue; Depois que Joseph se formou, ele e Juliette se casaram em março de 1908. Sua filha Simonne nasceu em 19 de fevereiro de 1909; uma segunda filha, Louise, nasceu prematuramente em 2 de julho de 1910 e sofreu muitos problemas médicos subsequentes.

A discriminação racial impediu Joseph Laroche de obter um emprego bem remunerado na França. Como a família precisava de mais dinheiro para pagar as contas médicas de Louise, Joseph decidiu voltar ao Haiti para encontrar um emprego de engenharia com melhor remuneração, sendo a mudança planejada para 1913.

Em março de 1912, no entanto, Juliette descobriu que estava grávida, então ela e Joseph decidiram partir para o Haiti antes que sua gravidez ficasse muito avançada para viajar. A mãe de Joseph no Haiti comprou para eles passagens de navio a vapor no La France como um presente de boas-vindas, mas a política rígida da linha em relação a crianças fez com que eles transferissem sua reserva para a segunda classe do Titanic. Então, em 10 de abril, a família Laroche pegou o trem de Paris para Cherbourg para embarcar no novo transatlântico mais tarde naquela noite.

Na madrugada de 15 de abril, depois que o Titanic bateu em um iceberg e ficou claro que o navio estava afundando, Joseph Laroche agiu de forma rápida e decisiva. No quarto deles, ele colocou dinheiro e jóias nos bolsos do casaco e levou a família para o convés do navio.

Enquanto escoltava sua família até o barco salva-vidas, Joseph pegou sua jaqueta, envolveu Julieta e disse a ela:
(Aqui, pegue isto; você vai precisar. Vou pegar outro barco. Deus vá com você! Vejo você em Nova York.) Essas foram as últimas palavras que ele disse à família.

Joseph – que se acredita ter sido o único passageiro negro do Titanic – morreu no naufrágio e seu corpo nunca foi recuperado, mas sua família foi salva, em cujo barco salva-vidas não é certo (possivelmente 10).

Mais tarde na manhã de 15 de abril, Juliette e suas filhas foram resgatadas pelo RMS Carpathia. As duas jovens irmãs foram içadas até o convés do navio em sacos de pano. A bordo do Carpathia, Juliette achou muito difícil conseguir lençóis que ela poderia usar como fraldas para suas filhas. Como não havia nada que pudesse ser usado, Juliette improvisou e, no final de cada refeição, sentava-se com guardanapos, escondia-os e fazia fraldas depois de retornar à cabine.

O Carpathia chegou em Nova Iorque em 18 de abril. Como não havia ninguém que recebesse Juliette e suas filhas, ela decidiu não continuar no Haiti. Em vez disso, ela voltou para sua família em Villejuif, França. A família chegou ao local no mês seguinte e foi lá que Juliette deu à luz o terceiro filho de nome Joseph, em homenagem ao seu falecido marido.

Anos depois, em março de 1995, Louise subiu a bordo do SS Nomadic pela primeira vez desde 1912 quando este a carregou e sua família para o Titanic do porto de Cherbourg. Estava junto de outra sobrevivente do Titanic, Millvina Dean. Naquele mesmo ano, Louise estava presente no Titanic Historical Society celebrando os passageiros do Titanic que partiram daquele porto.

Louise Laroche morreu em 28 de janeiro de 1998 aos 87 anos de idade. Sua morte deixou na época oito passageiros vivos remanescentes do Titanic.

Referências:
https://www.encyclopedia-titanica.org/titanic-victim/joseph-laroche.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Philippe_Lemercier_Laroche

10032021

O Menino Da Foto, Conheça A História De Ned Parfett

Após o naufrágio do Titanic, os escritórios da White Star Line na Cockspur Street se tornaram o centro das atenções em Londres para as pessoas que buscavam notícias dos desastres. Uma das fotos mais icônicas tiradas após a tragédia mostra um jovem jornaleiro com um maço de jornais e um pôster do Evening News anunciando Titanic Disaster Great Loss of Life ( Desastre do Titanic Grande perda de vidas ) e uma pequena multidão parada na calçada do lado de fora da Oceanic House com curiosos perplexos.

O jornaleiro era Edward John ( Ned ) Parfett e no ano da tragédia, ele tinha 16 anos. O jovem começou a trabalhar na construção de um prédio na área de Londres, mas depois de se ferir, ele passou a trabalhar como jornaleiro. Enquanto realizava essa tarefa, ele foi brilhantemente ilustrado nas ruas do centro de Londres exibindo o pôster que noticiava o naufrágio do RMS Titanic, ocorrido no dia anterior ficando eternizado como ( o menino da foto ).

Seis anos e meio depois que esta foto comovente foi tirada, Ned foi morto durante um bombardeio alemão enquanto servia ao exército britânico na França. Ele tinha apenas 22 anos. De acordo com seu sobrinho-neto Dominic Walsh, o jovem Ned alistou-se na Artilharia Real em 1916, servindo primeiro como mensageiro antes de ser transferido para tarefas de reconhecimento. Tamanha foi sua contribuição que recebeu a Medalha Militar por sua conduta durante uma série de missões na frente de batalha. Após sua morte, o oficial que recomendou Ned para um reconhecimento especial escreveu a um de seus irmãos.

Em muitas ocasiões, ele me acompanhou durante os bombardeios severos e eu sempre coloquei a maior confiança nele.

Ned Parfett foi enterrado no cemitério de guerra britânico em Verchain-Maugré, na França.

Quanto ao destino do prédio, após a fusão da Cunard Line e da White Star Line em 1934, a empresa recém-formada consolidou seu espaço de escritórios em Londres e se desfez da Oceanic House. Posteriormente, o edifício passou por uma série de utilizações diferentes. Em abril de 1936, a Oceanic House tornou-se o lar de uma filial do Barclays Bank durante a Segunda Guerra Mundial e depois da década de 1960. Na década de 1970, os andares superiores abrigavam a Embaixada da África do Sul e, mais tarde, um restaurante americano, o Texas Embassy, mas que fechou em 2012.

Em 2015 começaram as obras de conversão dos andares superiores em seis apartamentos de luxo e uma cobertura duplex. O acabamento dos apartamentos foi pensado para relembrar ( o espírito de luxo abundante que era sinônimo dos transatlânticos das antigas companhias marítimas ). A reforma foi concluída em 2017; o menor apartamento foi colocado no mercado por £ 4,35 milhões e a cobertura por £ 19,5 milhões.

09032021

Viola Jessop Especial Dia Internacional da Mulher

Violet Jessop nasceu no dia 2 de outubro de 1887 perto de Bahía Blanca, no sul da província de Buenos Aires. Seus pais eram irlandeses que chegaram à Argentina em uma onda imigratória no final do século XIX. Após o falecimento de seu pai, a família foi morar na Inglaterra onde Violet conseguiu trabalho como camareira na companhia de navegação Royal Mail Line.

Sua primeira viagem foi a bordo do RMS Olympic, na época, o maior transatlântico que existia. No percurso, a embarcação colidiu com o navio de guerra britânico HMS Hawke, em 20 de setembro de 1911. Apesar do acidente, o Olympic conseguiu terminar o trajeto e voltou ao porto. Sobre o quase naufrágio, Jessop não comentou a experiência em seu livro de memórias, Sobrevivente Do Titanic, lançado em 1998.

No ano posterior, Violet foi escalada para trabalhar no icônico Titanic. O que era para ser uma das maiores viagens da história, por todas as expectativas criadas em torno da enorme construção, acabou sendo um caso de vida ou morte para a camareira.

Jessop contou em sua obra que enquanto o navio afundava ela foi usada de exemplo de um bom comportamento para os que não falavam em inglês pela equipe de segurança.

Me mandaram ir para o convés. Os passageiros passeavam tranquilos. Eu e as outras camareiras observamos como as mulheres se agarravam a seus maridos antes de serem colocadas nos botes salva vidas com os filhos “, afirmou.

” Algum tempo depois, um oficial ordenou que nós entrássemos no bote número 16 para mostrar às mulheres que era seguro “.

Antes que o Titanic fosse completamente engolido pelo oceano, a camareira foi colocada em um dos botes salva-vidas, e um e um bebê desconhecido foi entregue em seus braços.

Passou a madrugada à deriva no mar, até que, na manhã seguinte, o RMS Carpathia a resgatou. Já nesta embarcação, uma mulher que ela assumiu ser a mãe da criança, levou-a embora sem dizer nada. 

Sua vida seguiu tranquila, até que a Primeira Guerra teve início e ela foi convocada pela Cruz Vermelha Britânica para servir como enfermeira. Trabalhando a bordo do HMHS Britannic, que havia sido transformado em um navio hospital, Violet estava, mais uma vez, com um destino predestinado.

Em 1916, o Britannic afundou no Mar Egeu em uma catástrofe que durou 55 minutos, devido a uma explosão causada por uma mina submarina. O desastre resultou na morte de 30 pessoas, mas Jessop não era uma delas. Para se salvar, ela precisou saltar de um barco salva-vidas, no pulo sofreu um traumatismo craniano, e ainda saiu com vida.

Quatro anos depois, ela estava de volta ao posto, na White Star Line trabalhando ainda mais uma vez no Olympic, que depois do primeiro incidente não voltou a sofrer problemas graves e foi o único dos três irmãos que não terminou embaixo do mar. Em 1926 ela trabalhou para a Red Star Line voltando alguns anos depois ao primeiro lugar de trabalho, a Royal Mail Line.

Em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial, ela deixou os navios por uma vaga como secretária. Mas, em 1948, com 61 anos de idade, voltou a navegar por mais dois anos até se aposentar, em 1950. Jessop viveu até 1971, quando uma insuficiência cardíaca conseguiu aquilo que três desastres em alto mar não conseguiram. Ela tinha 84 anos.

As probabilidades de estar em duas das maiores catástrofes náuticas da história parecem remotas. E ainda mais remota a possibilidade de alguém conseguir sobreviver a ambos os eventos e ainda assim seguir navegando.

2030321

Farol do Memorial do Titanic um Marco Histórico

Em 15 de Abril de 1913, um ano após o naufrágio do RMS Titanic, o Titanic Memorial Lighthouse de 18 metros de altura foi erguido no topo do Seamen’s Church Institute em Nova York em memória às 1.500 vítimas daquela noite. O Instituto é afiliado a Igreja Episcopal, a maior e mais abrangente agência de serviços aos marinheiros da América do Norte.

O plano para construir uma torre de farol foi anunciado com a arrecadação de fundos pública realizada pela Seamens Benefit Society, patrocinada pela ( Inafundável ) Margaret Brown, que insistiu muito para que este feito se concretizasse. Muitas famílias do Titanic apoiaram e benfeitores, incluindo Guggenheim, Straus, Carnegie, Pierpont Morgan, Rockefeller, Harriman, Vanderbilt, DuBois, Julliard e Frick.

O Titanic Memorial Lighthouse exibia uma luz verde fixa que podia ser vista em todo o porto de Nova York e até Sandy Hook. Além de uma lembrança às vítimas da tragédia, o farol se tornou um marcador do tempo para os marinheiros tendo salvado muitas vidas. Sua ( bola do tempo ) caía exatamente ao meio-dia, diariamente, para que os capitães e pilotos ajustassem os cronômetros de seus navios.

O farol permaneceu brilhando sua luz verde e deixando cair sua bola do meio-dia por décadas até que em julho de 1968 o Instituto mudou para novos escritórios e o antigo edifício foi programado para demolição.

O Titanic Memorial Lighthouse foi então doado para o Museu South Street Seaport e a torre foi erguida no parque na Pearl Street em Maio de 1976, sua localização atual, onde turistas e os nova-iorquinos param ocasionalmente para ler a placa de bronze e perceber seu propósito original, nacional de Locais Históricos é o primeiro passo. Por este motivo que em 2020, os descendentes de J. Bruce Ismay e os descendentes de Margaret Molly Brown pediram a restauração do farol. Assim, a Friends of the Titanic Lighthouse Restoration foi formada para reformar e reacender o farol antes de 15 de abril de 2022, 110º aniversário do naufrágio. O grupo também planeja nomear o farol para o Registro Nacional de Locais Históricos e retornar a bola do tempo à operação, o que o tornaria a única bola do tempo operacional nos Estados Unidos, a petição está disponível em ( encurtador.com.br/hivIZ ), assine e colabore com este projeto.

030321

A História do passageiro gay do Titanic Thomson Beattie

Thomson Beattie nasceu em 25 de novembro de 1875, em Fergus, Ontário, uma pequena mas próspera comunidade rural 100 km a oeste de Toronto, ele era o último de onze filhos de uma família presbiteriana sólida e conservadora e era 24 anos mais novo que seu irmão mais velho, William, seu pai era um banqueiro particular e, em 1871, foi nomeado secretário de Wellington, cargo que ocupou até sua morte em 1897.

Depois que o pai deles morreu, Thomson e seu irmão Charles pegaram sua parte na propriedade e se mudaram para Winnipeg, Manitoba, Thomson entrou em parceria com Richard Waugh e juntos eles abriram a Haslam Land, em cinco anos seu empreendimento foi tão bem-sucedido que Beattie conseguiu comprar uma casa que ele dividia com um médico, quando Waugh foi eleito prefeito de Winnipeg em 1911, Beattie foi deixado para administrar a empresa por conta própria, seu melhor amigo e companheiro mais próximo foi Thomas McCaffry, superintendente do Union Bank em Vancouver, a Winnipeg Free Press descreveu os homens como quase inseparáveis.

A Bordo do Titanic – Em 1912, Thomson, McCaffrey e John Hugo Ross, outra vítima do Titanic, partiram a bordo do RMS Franconia para uma longa turnê de 4 meses ao Oriente Médio e Europa, em Fevereiro eles foram ao Cairo e visitaram Luxor e Aswan, após deixarem o Cairo chegaram em Nápoles e depois Veneza, embarcaram no Titanic como passageiros da primeira classe em Cherbourg, Thomson e McCaffry compartilharam a cabine C6, em seu ultimo telegrama para sua mãe Beattie escreveu ( Estamos trocando de navio e voltando para casa em um navio novo e inafundável ).

Beattie conseguiu deixar o navio no último bote disponível, o desmontável, mas morreu durante a noite, McCaffrey não embarcou no bote, um mês após o naufrágio, o corpo de Thomson foi encontrado e sepultado no mar, sua família encomendou uma lápide para o sepulcro em Fergus, Ontário, tem sido sugerido que Thomson e McCaffrey eram um casal e que Ross fosse homossexual também, de acordo com Alan Hustak, Beattie e McCaffry assemelhavam-se, vestiam-se da mesma maneira e eram frequentemente confundidos com irmãos, o Winnipeg Free Press comentou sobre como eles eram parecidos, e observou que os dois eram quase inseparáveis.

Final Cósmico – Em um exemplo fenomenal do que poderia ser chamado de acaso cósmico, o corpo de Thomson foi enterrado no mar no aniversário de sua mãe, quase no mesmo local no Atlântico onde ela havia nascido 82 anos antes em um navio com destino ao Canadá.