090522

Bisneto De Robert Hichens Lança Livro Sobre Titanic

Simon Medhurst, bisneto do timoneiro Robert Hichens, acaba de lançar um livro sobre a tragédia que em Abril marcou 110 anos.

Depois que o Titanic afundou em 15 de abril de 1912, a história chegou às manchetes em todo o mundo. Detalhes da tragédia foram exibidos nas primeiras páginas de todos os jornais e revistas, e foram comentados em todos os lares.

Os eventos que aconteceram naquela noite fatídica nunca devem ser esquecidos. Neste livro exclusivo Titanic Day By Day, cada página está repleta de informações para todos os entusiastas do Titanic, sejam experientes ou iniciantes. Para cada dia do ano, há nascimentos e mortes de passageiros e tripulantes ao lado de artigos de jornais relevantes da época. Estes são detalhes de eventos da vida real vistos pelos olhos do mundo em 1912.

Também estão incluídos fatos do Titanic e citações de sobreviventes do Titanic. Isso permite que o leitor descubra mais sobre a tragédia à medida que se desenrolou diante dos olhos das testemunhas e mergulhe nas investigações britânicas e americanas para ver o que realmente aconteceu.

O bisavô de Simon, Robert Hichens, um dos seis intendentes do Titanic, estava no leme quando o navio atingiu o iceberg. Ele sobreviveu no bote salva-vidas número seis. Sua experiência no Titanic é uma das centenas contadas neste livro, passageiros e tripulantes.

Titanic Day by Day tem um apelo mundial para todas as idades devido à riqueza de informações e fatos contidos nele. O livro pode ser pego tanto para leitura casual ou usado todos os dias da semana e apreciado. Distingue-se pela forma como cobre fatos e informações sobre os passageiros e tripulantes do Titanic num formato diário. Com as informações exibidas ao longo de um ano inteiro, isso permite uma exploração única e direta de detalhes sobre as pessoas que morreram nas águas do Atlântico e as que sobreviveram. Isso manterá suas histórias vivas para as próximas gerações.

Abaixo você pode conferir a entrevista com Simon Medhurst:

– Simon Medhurst, parabéns pelo novo livro, que acho que é o seu primeiro. Há uma história interessante por trás disso, você pode nos contar sobre seu avô Robert Hichens?
Primeiramente obrigado pelas palavras gentis, sim meu primeiro livro. Foram 6 anos de produção. Senti como descendente direto de um sobrevivente do Titanic que era para mim deixar um legado e poder contar a história através dos olhos dos sobreviventes. Robert Hichens era meu bisavô. Quem era então Robert Hichens? Robert nasceu em 16 de setembro de 1882 em uma família de pescadores na Cornualha. Seu pai Philip levaria Robert para pescar cavala quando ele tivesse idade suficiente. Assim, o amor de Robert pelo mar começou cedo. Quando atingiu a maioridade, logo se viu nas Reservas da Marinha Real. Ele subiu a escada constantemente, servindo em navios como o Royal Naval Ship, H.M.S Revenge, em 1902. Em 23 de outubro de 1906, Robert se casou com o amor de sua vida, Florence. Em 1911 ele serviu no Dongola.

Em abril de 1912, ele se juntou ao RMS Titanic como um dos Quartermasters. Era o auge de sua carreira ser agora o timoneiro do maior navio do mundo e ele estaria ao volante naquela noite fatídica quando o Titanic atingiu o iceberg. Ele estava no comando do bote salva-vidas 6 que deixou o Titanic por volta da 1h e foi resgatado com todos os seus responsáveis ​​pelo Carpathia por volta das 8h. Robert não era perfeito de forma alguma, mas era profissional do início ao fim e, aos meus olhos, um herói, como muitos foram naquela noite escura da história.

– Quão significativo um evento de notícias foi o naufrágio do Titanic em 1912?
Este era o maior navio do mundo, o mais opulento. A tragédia, simplesmente não podia ser verdade! Abalava o próprio coração da sociedade, fosse rico ou pobre a luta pela sobrevivência era a mesma, eles encontraram o mesmo destino juntos, o mesmo resultado, a mesma tristeza ou alívio juntos. Estava em todos os jornais com manchetes em todo o mundo.

– Sabemos qual foi a reação da tripulação na ponte, junto com seu avô, quando o iceberg atingiu – pânico ou calma?
Uma coisa que devemos sempre lembrar quando pensamos na tripulação do Titanic, eles foram profissionais e as ordens naquele dia foram seguidas à risca. Eles eram extremamente disciplinados e a disciplina de seu treinamento e de seguir ordens seria uma segunda natureza para eles. Acho que não lemos sobre qualquer pânico entre a tripulação, mas mais com os passageiros à medida que os botes salva-vidas diminuíram.

– Algo poderia ter sido feito para evitar o iceberg, ou uma colisão era inevitável?
De acordo com os inquéritos do Senado dos Estados Unidos e dos Comissários de Naufrágio Britânicos, tudo o que poderia ter sido feito foi feito. Houve apenas alguns segundos para reagir e o inevitável aconteceu. Algo diferente poderia ter sido feito? Bem, talvez nunca saibamos!

– A falta de botes salva-vidas tem sido apontada como a principal razão para a perda de vidas. Isso é correto?
A falta de botes salva-vidas foi certamente o principal fator para a perda de vidas e a falta de interesse em entrar naqueles botes salva-vidas logo no início, pois muitos não queriam entrar em um bote no frio no escuro no mar e depois em algumas horas pensando que voltariam ao navio. Um navio quente e uma cama macia, esse era o lugar para estar. Tantos botes salva-vidas no início do naufrágio deixaram um terço cheio. Quantos mais poderiam ter sido salvos? Possivelmente mais algumas centenas de passageiros.

– Os dois filmes mais conhecidos são A Night to Remember, estrelado por Kenneth More, e Titanic, estrelado por Leo e Kate. Você tem um favorito?
Dos dois filmes mencionados, definitivamente A Night to Remember, que na minha opinião é um clássico e muitas vezes chamado de “a narrativa cinematográfica definitiva da história”. Embora não seja perfeito, em minha mente, manteve o mais fiel possível a história do Titanic com o quarto oficial Joseph Boxhall como consultor técnico do filme. É baseado no livro escrito em 1955 com o mesmo título de Walter Lord, que entrevistou 63 sobreviventes ao escrever seu livro.

– Muito do nosso conhecimento é derivado do último filme – é preciso?
O filme Titanic de 1997 foi um sucesso de bilheteria e os efeitos de CG eram incríveis, especialmente para a época. Devo dizer desde o início que Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet) não eram passageiros reais do Titanic e eram, na verdade, personagens fictícios. Não houve nenhum caso de amor, nenhum triângulo amoroso etc. Tendo dito que muitos dos personagens que aparecem eram historicamente precisos e o cenário e o interior do Titanic eram incríveis de se ver e este filme trouxe toda uma nova geração para a história do Titanic e espero que, à medida que eles aprendam mais, eles se aprofundem no conhecimento maior da história. Não havia um verdadeiro Coração do Oceano, desculpe dar a notícia!

– Seu bisavô é representado pelo ator Paul Brightwell, mas a representação dele não é favorável. O Titanic é justo com seu ancestral Robert Hichens?
O filme Titanic (1997) infelizmente coloca Rober em uma situação bastante ruim, mostrando que ele é agressivo e beligerante. Palavras que foram mostradas para serem ditas no bote salva-vidas 6, por exemplo, “Feche essa sua boca” na realidade, foram ditas por alguém no bote salva-vidas nº 8. De acordo com a Sra. White naquele bote salva-vidas, isso foi dito pelo Able Bodied Seaman Jones, que estava em cargo do barco. Infelizmente deturpado no filme Titanic para Robert Hichens.

Robert encarregado do leme do bote salva-vidas foi responsável por remar em direção à “luz” à distância, que se transformou em uma vigília noturna até que o Carpathia chegasse de manhã cedo e ele entregasse seus passageiros em segurança.

Nem todas as mulheres falaram mal de Robert, a Sra. Stone mencionou como ele estava dando ordens para remar e a Sra. Brown até o defendeu em relação ao cobertor, pois ele estava sentado muito mais alto e exposto ao frio. Parece que Hichens estava um pouco nervoso (como estivera ao volante durante a colisão) e agora no comando de um bote salva-vidas com várias mulheres (algumas delas dando sua opinião sobre o que fazer) e teve que procurar sobreviver à noite.

Helen Benziger, uma boa amiga minha, declarou: “Como bisneta de Molly Brown, defendi Robert Hichens contra muitas acusações. Ele estava no comando do bote salva-vidas 6 e, acima de tudo, seu dever era salvar a vida daqueles sob seu comando. Quem sabe qual teria sido o destino deles se eles tivessem se virado. Eu definitivamente teria sido um defensor vigoroso de voltar para os sobreviventes, mas Hichens estava fazendo o que achava necessário para salvar os passageiros em seu barco. Eu certamente sei como uma história pode ser lançada em muitas direções ao longo dos anos. Lembre-se, minha bisavó era uma caipira ignorante que sobreviveu às corredeiras do rio Colorado quando tinha apenas alguns meses de idade! Então… vamos todos de barriga para cima e saudar a coragem de toda a tripulação e passageiros naquela noite.”

– É um evento trágico com muitas almas que perderam suas vidas – há alguma história entre essas que podemos ler mais em seu livro?
Aqui estão uma infinidade de histórias diferentes que aconteceram naquela noite e cada uma delas é um drama diferente. Cada um deles tem sido interessante para mim e são essas histórias que eu acho que mantêm a maioria das pessoas interessadas no que aconteceu naquela noite. Não é tanto o tipo de motores que o barco tinha, não é tanto quantos rebites foram usados, não é o fato de que era a maior coisa na água naqueles dias, é o que aconteceu com as pessoas naquela noite em particular. Tentei neste livro capturar essas histórias. Permiti que os sobreviventes contassem a história com suas próprias palavras. Aquela noite foi uma noite para ser lembrada de várias maneiras, e vive nos corações de parentes e amigos do Titanic.

20042022

Como Assim Jack e Rose Não São Reais?!

Recentemente enquanto acompanhava o grupo de WhatsApp da comunidade Titanic Brasil me deparei com o espanto de alguns dos entusiastas com a descoberta de que um dos casais mais ícones do cinema, Jack e Rose, do filme Titanic (1997) de James Cameron, não existiram. Decidi, então, vir até aqui esclarecer algumas coisas.

Convenhamos que se James Cameron elaborasse um roteiro que exaltasse somente a história do navio, não seria algo muito comercializado, a produção pareceria mais um documentário do que qualquer coisa. E quando tratamos do cinema Hollywoodiano, a ideia é produzir um conteúdo que seja consumível, ou seja, o que as pessoas querem assistir? O que faz o público se arrepiar?

A história do naufrágio do Titanic por si só já é bastante chamativa, mas sozinha, talvez não teria conseguido alcançar o número recordista de 2.201.647.264 na bilheteria mundial. Cameron precisava de algo a mais e como romances proibidos nunca saem de moda, seria o contexto perfeito para contar a história do navio.

O filme fez tanto sucesso que até hoje muita gente acredita que Jack e Rose realmente existiram e lamento decepcioná-lo, caro leitor, mas isso é uma fake news. Inclusive, todo o núcleo que envolve o casal principal também não existiu, isto é, Cal Hockley (noivo de Rose), Ruth Dewitt Buckater (mãe da Rose), Brocke Lovett (o caçador de tesouros que está em busca do colar Coração do Oceano), Fabrizio De Rossi (amigo de Jack), Spicer Lovejoy (o mordomo de Cal), Tomy Ryan (amigo de Jack), dentre outros. Mas, devemos concordar que todos fizeram um trabalho excepecional a ponto de acreditarmos que fossem reais.

A personagem de Rose, entretanto, foi inspirada numa figura real, numa moça chamada Beatrice Wood, uma ceramista norte-americana de sucesso, que na vida real que pôde seguir justamente o rumo das artes. Quando o diretor James Cameron leu a autobiografia da artista (que não faleceu no tragédia do Titanic), ele teve a visão perfeita para a personagem daquele que se tornaria seu mais famoso filme. Cameron queria que Rose fosse uma mulher com uma mãe controladora, mas que se rebelasse, graças a seu temperamento forte e batalhador. Acreditou então que Beatrice Wood tinha tudo a ver com aquilo. Quando a estreia do filme Titanic aconteceu, em 1997, a artista já estava com 104 anos de idade e problemas de saúde, então não pôde comparecer ao lançamento. Wood, que seguiu o dadaísmo e se rebelou contra os moldes da classe alta, faleceu poucos dias depois da estreia, aos 105 anos. Inclusive, as fotos que aparecem nos porta-retratos ao final do filme, quando Rose está deitada na cama, são fotos reais de Beatrice Wood mais jovem.

Muitos outros personagens dentre passageiros e oficiais que são apresentados durante o filme de fato existiram e Cameron teve um cuidado enorme para escolher um elenco bem semelhante como Molly Brown, Bruce Ismay, Thomas Andrews, o Capitão Smith, os oficiais Murdoch, Lightoller, etc. os radiotelegrafistas John Phillips e Harold Bride, os vigias Frederick Fleet e Reginald Lee, John Jacob Astor e esposa, o Coronel Archibald Gracie, o casal Straus, Cosmo Duff Gordon e esposa, dentre outros. Todos estes atores ficaram marcados por esses papéis devido ao grande sucesso do filme.

Importante ressaltar também que o Coração do Oceano também é uma criação da mente geniosa de Cameron, dentre muitas outras “licenças poéticas” inseridas pelo diretor para tornar a obra ainda mais brilhante. Essas diferenças entre o real e fictício você pode conferir aqui mesmo no site do Titanic Brasil.

Referências:https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/beatrice-wood-mulher-que-inspirou-rose-dawson-do-filme-titanic.phtml

170422

Ouça agora o Episódio 005 do Titanic PodCast

Já está no ar o episódio 005 do PodCast do Titanic Brasil com um especial dos 110 anos do naufrágio do Titanic e pela primeira vez com uma plateia ao vivo.

Neste episódio, Giulianna e Luiz convidam a comunidade do Titanic Brasil para falar um pouco sobre o aniversário de 110 anos da tragédia do Titanic e curiosidades sobre o navio.

Cada um falou um pouco sobre o que o naufrágio significa para si, quais as influências da história para a humanidade, além de algumas curiosidades muito instigantes sobre a história do navio mais famoso de todos os tempos.

As pessoas foram reunidas através da plataforma de vídeos Zoom a qual foi disponibilizada por um link para toda a comunidade, agradecemos a participação de Fabrício diretamente da Argentina o qual compartilhou sua opinião e também algumas curiosidades.

Ouça o episódio do PodCast agora mesmo.

110422

Ouça agora o Episódio 004 do Titanic PodCast

Está no ar o Episódio 004 do PodCast no Titanic Brasil ! Neste episódio, Giulianna e Luiz falam sobre suas expectativas sobre o lançamento do trailer “Titanic 666” na plataforma Tubi.

O longa estreia no dia em que se completa 110 anos da tragédia, o filme, do diretor Nick Lyon, tem como enredo consequências sobrenaturais do naufrágio da embarcação, um século após o acontecimento.

O segundo tema da noite foi trazer uma reflexão sobre o futuro do legado do Titanic na era da desinformação. Isto é, sabendo que algum dia o navio irá desaparecer, é possível que ele se torne somente uma lenda dos mares ? Fatos históricos principalmente se tratando de grandes tragédias com o tempo são amenizadas pelo imaginário coletivo podendo chegar ao ponto de acreditarem que tal evento nunca existiu. Preocupante, não é ?

Por fim, nossos administradores citaram algumas das diversas sociedades espalhadas pelo mundo que têm como principal objetivo justamente preservar a memória do Titanic, somos sim gratos aos pesquisadores que tem um papel fundamental neste processo, mas somente com ajuda de entusiastas conseguiremos traduzir a mensagem e passá-la adiante.

Ouça o episódio do PodCast agora mesmo.

17032022

Entenda o motivo para o Fim da White Star Line

Segundo Victor Vila, presidente da Sociedade Histórica Brasileira do Titanic, o fim da White Star Line começou no inicio do século XX, pois foi quando o capital da White Star foi adquirido por iniciativa privada através do magnata J.P Morgan. A Cunard Line, apesar de também ser uma empresa privada, não tinha aberto seu capital para o estrangeiro e isso estreitou o diálogo dos empresários da Cunard com o governo britânico.

Não é à toa que a Cunard sempre teve o facilitador de construção naval junto ao governo britânico. Por conta disso, a Cunard era vista como a “favorita” do governo enquanto a White Star, embora fosse a maior concorrente da Cunard, o governo britânico sempre deu preferência a Cunard devido a esse acordo de subsídios que vem do final do século XIX. Isso já faz com que a White Star Line saia em desvantagem a partir desse momento.

Ambas as companhias tiveram seus períodos de crise, a White Star ainda teve a perda de 2/3 do investimento da Classe Olympic com os naufrágios do Titanic e Britannic. Embora esse não tenha sido o fator que determinou o fim da companhia, contribuiu para que a White Star aumentasse ainda mais suas dívidas em relação a Cunard. Tanto que a Cunard ainda projetou, após o Mauritania e Lusitania, o Aquitania e outros navios menores, menos expressivos enquanto a White Star Line não teve projetos de novos navios após a Classe Olympic, entregando apenas o MV Georgic e o MV Britannic, navios bem menores.

Além disso, até o final da década de 20 e inicio da década de 30, as duas tinham um papel muito importante no mercado britânico, tanto que no inicio de 1930, a Cunard Line estava construindo o Queen Mary e a White Star Line estava projetando o Oceanic. Os dois navios eram do mesmo porte o que significa que ambas as companhias ainda estavam num nível de concorrência a altura, construindo gigantes para competir no Atlântico.

O problema foi quando chegou a crise de 29 pegando as duas companhias em cheio, porém enquanto a Cunard Line tinha o apoio do governo britânico financiando com dinheiro público a construção do Queen Mary, a White Star Line não teve a mesma sorte tendo que abortar o projeto de construção do Oceanic que precisou ser totalmente desmantelado por falta de capital.

Em seguida, um dos acordos que o governo faz com a Cunard para poder construir o Queen Mary, foi reunir os diretores das duas companhias com o argumento de que as empresas eram as mais destacadas do mercado de transporte marítimo do Reino Unido, porém como o governo não podia ajudar as duas individualmente, eles propõem o financiamento para a construção do Queen Mary desde que a partir desse aporte estatal, as duas empresas se unam. Foi aí que nasceu a Cunard-White Star Line, uma fusão imposta pelo governo.

Acontece que a Cunard Line tinha um poder financeiro maior que a White Star naquele período, ou seja, na fusão, a maior influencia foi da Cunard o que teria sido o golpe final para sucumbir a White Star aos poucos. Isso iniciou com a junção da frotas das duas companhias, mas era uma frota muito grande, com muitos navios velhos o que acabou com que muitos deles foram enviados para serem desmontados, como por exemplo o Mauretania e o Olympic.

Conforme os anos foram passando até a década de 50 e 60, todos os navios mais antigos da White Star ainda operavam, mas quando saíam de operação, a fatia de influência da White Star ia reduzindo cada vez mais até sobrar o Nomadic. Quando o Queen Mary se aposentou em 1967 e consequentemente o Nomadic em 1968, foi a última vez que a bandeira da White Star Line foi colocada em mastro de navio da companhia. A única coisa que sobrou foi o nome White Star Service, uma categoria de serviço dentro da Cunard.

Portanto, a última embarcação sobrevivente da White Star é o SS Nomadic, uma balsa construída na década de 1910 a fim de transportar passageiros do porto de Cherbourg na França para seus grandes navios. O Nomadic foi renovado na década de 2010 e está em exibição pública em Belfast desde 2013.

10032022

A influência da famosa arte do Titanic de Ken Marschall

Ken Marschall é um pintor e ilustrador estadunidense, conhecido por suas pinturas de navios transatlânticos famosos, como RMS Titanic, RMS Lusitania e HMHS Britannic. Suas pinturas foram usadas em muitos livros sobre Titanic, mais notavelmente em suas representações do naufrágio, das quais não foram tiradas fotografias que pudessem ser usadas.

Marschall serviu também como consultor em muitos filmes e documentários sobre Titanic incluindo Titanicde James Cameron Ghosts of the Abyss (na qual ele também apareceu como J. Bruce Ismay), Death of a Dream, The Legend Lives On, da A&E Networks e o jogo Titanic: Honor and Glory.

Ken Marschall nasceu em 28 de outubro de 1950 em Whittier, na Califórnia. Muito jovem, mostrou uma forte paixão pelo desenho e pela pintura. Com o divórcio dos pais, aos sete anos, o menino também começou a se interessar por naufrágios e outros desastres.

Em 1967, ele pintou seu primeiro trabalho real, representando o Titanic cortando as ondas. Embora rejeitado pelo júri do concurso a que Marschall o apresenta, a pretexto de ser demasiado realista, este quadro também lhe permite receber a sua primeira encomenda. Essa paixão pelo transatlântico vem com o filme Titanic, de 1953.

A partir de meados da década de 1960, ocupou-se construindo uma maquete do navio e, precisando de detalhes, entrou em contato com o historiador Walter Lord, autor do best-seller o livro “Uma Noite Fatídica” publicado em 1955. Os dois posteriormente mantiveram uma correspondência importante. Isso também permite que Marschall se junte Titanic Historical Society e faça conexões entre entusiastas.

Nos anos que se seguiram, Marschall recebeu pedidos de entusiastas de navios, em particular do Titanic. Além disso, Marschall conheceu várias personalidades ligadas ao Titanic, em particular sobreviventes da tragédia, e criou uma grande coleção relacionada ao navio.

Em 1985, o naufrágio do Titanic foi descoberto. No ano seguinte, uma pintura de Marschall saiu na primeira página da Time Magazine. Em 1996, participou com o historiador Don Lynch na redação do livro “Titanic”, a Grande História Ilustrada. Ele também participa da criação dos cenários do filme Titanic, assessorando a equipe de decoradores, e algumas das vistas do filme são diretamente inspiradas em suas pinturas, como a escala do transatlântico em Cherbourg.

Muitos de nossos entusiastas, como Nathan Oliver que participou do episódio 002 do nosso podcast e é um artista de mão cheia, busca sua própria inspiração nas obras de Ken Marschall. O ilustrador americano com certeza tem sua marca registrada na história do navio sendo uma das principais referências quando falamos de arte e Titanic.

060322

Ouça agora o Episódio 003 do Titanic PodCast

Para introduzir a conversa, Giulianna e Luiz falaram um pouco sobre o elenco escolhido por James Cameron para o filme de 1997, aqueles atores não tão conhecidos e os que nos deixaram ao longo dos anos, mas que ainda assim marcaram história por suas atuações no filme.

Por fim, a dupla trouxe um tema que é sempre muito discutido entre os entusiastas que são as teorias de conspirações ao redor da história do Titanic, sendo a mais famosa aquela que o navio que teria naufragado seria o Olympic para que a White Star Line pudesse receber dinheiro do seguro para não falir.

Com a descoberta dos escombros do Titanic no fundo do mar pelo oceanógrafo Robert Ballard, essa teoria foi derrubada, mas ainda hoje circula pelo imaginário popular.

Ouça o episódio do PodCast agora mesmo.

010322

Kate Winslet é premiada no SAGAwards por série

Ontem, dia 27 de Fevereiro, o Sindicato de Atores de Hollywood anunciou os vencedores do Screen Actors Guild Awards (SAG Awards) na premiação que acontece em Santa Monica, na Califórnia.

Kate Winslet, nossa eterna Rose, levou o prêmio de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV por Mare of East Town, minissérie da HBO.

Lançada em abril de 2021, “Mare of East Town” acompanha uma detetive de uma pequena cidade que, ao investigar um assassinato local, precisa lidar com os problemas pessoais que seguem assombrando sua vida. A série está disponível no catálogo da HBO Max.

Confira o trailer aqui: https://www.youtube.com/watch?v=LTtjZnAntac.

A minissérie já havia sido premiada inúmeras vezes, incluindo o Globo de Ouro e o ACCTA Internacional Award for Best Actress in a Series pela atuação de Kate.

Ainda não se sabe se a série embarcará para uma segunda temporada, então enquanto isso, aguardemos ansiosos!

Já assistiu a série? Comente o que achou!

24022022

Os Museus sobre o Titanic ao Redor do Mundo

Se você é fã de Titanic ou um mero amante de passeios culturais e históricos, com certeza deve inserir na lista de “lugares para visitar até o fim da vida” alguns dos museus mais famosos sobre o navio dos sonhos. São eles: Titanic Belfast (Belfast, Irlanda do Norte), Titanic: The Artifact Exhibition (Orlando e Las Vegas, EUA), Titanic Historical Society (Springfield, EUA) que está intimamente ligado ao Titanic Museum Attraction (Branson, EUA).

Os museus do Titanic pelo mundo foi um dos assuntados do Podcast Titanic Brazil que você pode conferir em: https://titanic.ong.br/o-podcast-do-titanic-brasil-episodio-001/.

Eu, Giulianna, que trabalho como monitora de museu e alguém que adora explorar exposições por aí não poderia deixar de ressaltar a importância destes locais para a preservação do patrimônio histórico para as próximas gerações, que basicamente, este é um dos objetivos dos museus atualmente. Afinal, se não fossem por eles, muitas memórias teriam se perdido ao longo da história e não teríamos como traçar uma linha temporária para entender a nossa trajetória, seja ela individual ou coletiva.

Os museus do Titanic, especificamente, tem o papel de contar a história da tragédia marítima mais famosa do mundo despertando nas pessoas o fascínio que nós aqui, também compartilhamos e entendemos muito bem.Este é o efeito da história do Titanic sobre nós.

Mas falando um pouco sobre cada museu, o primeiro que gostaria de trazer é o Titanic Belfast, provavelmente o mais famoso dessa lista. A visita já começa do lado de fora, pois o museu fica localizado ao lado do Titanic Slipways, Harland & Wolff Drawing Offices e Hamilton Graving Dock – o mesmo lugar onde o Titanic foi projetado, construído e lançado, Titanic Belfast conta a história do navio desde sua concepção, através de sua construção e lançamento, até sua viagem inaugural e subsequente lugar na história.

A visita autoguiada se estende por nove galerias interativas onde você descobre as vistas, sons, cheiros e histórias do navio, bem como as pessoas e a cidade que o fez. Titanic Belfast é líder de visitações na Irlanda e se difere também pela preocupação com padrões de acessibilidade permitindo com que a história alcance ainda mais pessoas. Conheça mais sobre o museu acessando o site https://www.titanicbelfast.com/.

Em seguida apresentamos o Titanic: The Artifact Exhibition (Orlando, EUA) onde provavelmente o que mais chama atenção nele é a oportunidade do visitante de participar de um jantar de gala especial à bordo do Titanic. Funcionários caracterizados tornam a experiência imersiva e você pode se sentar junto ao capitão Smith, Margaret “Molly” Brown e outros passageiros de primeira classe para uma noite inesquecível. O Titanic First Class Dinner Gala inclui um coquetel do Capitão, um tour pelo Titanic: The Artifact Exhibition, um jantar de primeira classe e encenações da noite de 14 de abril de 1912.

O museu também oferece diversas visitas guiadas durante a semana e finais de semana com horários marcados, cada uma voltada para públicos diferentes, ou seja, é um passeio para toda a família. O museu ainda se destaca pelas recriações de diversas áreas do navio como a grande escadaria da primeira classe, as cabines dos passageiros, o convés de passeio, dentre outros. Confira mais acessando: https://titanicorlando.com/.

A mesma empresa que oferece esta exposição em Orlando, é a mesma que está no Hotel Luxor em Las Vegas, mas com uma cara bastante diferente. A Exposição é uma das mais frequentadas da história onde você encontra mais de 250 artefatos autênticos recuperados do local do naufrágio do Titanic, bem como extensas recriações de algumas das salas mais famosas do navio. Além disso, provavelmente o que mais chama atenção nessa exposição é a “The Big Piece”, um fragmento de 15 toneladas do revestimento do casco do Titanic que foi levantada do naufrágio em agosto de 1998, e é a maior peça recuperada do naufrágio.

O Big Piece estava localizado em uma área do navio que foi praticamente destruída quando o navio se partiu em dois. Foi um dos muitos fragmentos de revestimento de conchas, juntamente com inúmeras outras peças do interior do navio, derramadas do Titanic quando ele se desfez. As bordas esfarrapadas, placas dobradas e vigas retorcidas do Big Piece são um lembrete do aspecto mais violento do naufrágio. Saiba mais acessando: https://luxor.mgmresorts.com/en/entertainment/titanic.html

Apresentamos também o Titanic Historical Society (Springfield, EUA) que um de seus pontos fortes são suas obras coletadas de artefatos raros de sobreviventes do Titanic. Muitos foram doados pelos próprios sobreviventes ao fundador e presidente do THS, Edward S. Kamuda, entre os anos 1960 e 80, os primeiros anos da organização. A coleção abrange um amplo escopo da rica história do Titanic, desde os projetos originais doados por seus construtores, Harland & Wolff, até o século 21, onde o navio se tornou um ícone popular de filmes e TV. De mercadorias a filmes, você verá lembranças e partituras produzidas logo após o naufrágio a pôsteres de filmes coloridos que ilustram o drama da década de 1950 até o presente.

Algumas peças inclusas na coleção são: A mensagem de gelo que nunca chegou à ponte, a versão de Lookout Fred Fleet do iceberg fatal, o colete salva-vidas da Sra. Astor, um rebite perfurando o casco do Titanic e menus de almoço e jantar de lançamento do Titanic e muito mais! Muitas das peças foram emprestadas ao Titanic Museum Attraction em Branson, Missouri. O próximo e último museu que apresentaremos a seguir. Saiba mais em: https://titanichistoricalsociety.org/

O Titanic Museum Attraction é um dos dois museus temáticos do Titanic de propriedade de John Joslyn (que liderou uma expedição de 1987 ao local de descanso final do Titanic ); o outro está localizado em Pigeon Forge, Tennessee . O museu possui 400 artefatos pré-descoberta em 20 galerias.

Os visitantes atravessam o iceberg artificial até o museu e recebem um bilhete de embarque do passageiro, com o nome de um passageiro real do Titanic e a classe em que o passageiro viajou. Durante o passeio, os hóspedes aprendem as histórias individuais de vários passageiros. No final do passeio, os hóspedes são informados se o titular do bilhete sobreviveu. Essa mesma exposição foi a que veio para o Brasil que passou por Porto Alegre, Curitiba e Brasília em 2011. Para saber mais acesse: https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/04/mostra-em-porto-alegre-recria-saga-do-navio-titanic-com-objetos-reais.html.

Como o museu de Pigeon Forge, a principal característica visual exterior do museu é a maquete parcial do transatlântico original. A construção consiste na metade frontal do navio, incluindo seus dois primeiros funis. Uma curiosidade sobre o museu é que em um episódio de 2017 da série do Travel Channel , Ghost Adventures , Zak Bagans e a equipe investigaram o museu devido a atividades paranormais alegadas que aparentemente foram atribuídas a relíquias reais do naufrágio. Para conhecer mais acesse: https://titanicbranson.com/about-titanic.

E esse foi um rápido tour pelos museus do Titanic! E aí, ficou curioso? Qual museu mais te chamou atenção e por quê?

210222

Ouça agora o Episódio 002 do Titanic PodCast

Está no ar o Episódio 002 do PodCast no Titanic Brasil ! Desta vez contamos com a participação especial de Nathan Oliver, que além de entusiasta, é artista de mão cheia sendo o Titanic sua maior inspiração, este foi então, o tema introduzido na conversa.

Nathan comentou sobre Ken Marshall ser uma grande referência para suas obras e os desafios quando vai produzir uma nova representação do navio. Este é o instagram do Nathan para quem quiser conferir seu trabalho www.instagram.com/realnathanoliver.

Em seguida Luiz, Giulianna e Nathan falaram sobre os melhores blurays e dvds do Titanic ou mesmo qual item audiovisual consideram mais raro que não pode faltar numa coleção.

Por fim, o trio falou um pouquinho mais de história contando sobre qual foi o fim da companhia responsável pela idealização do Titanic, a White Star Line e quais as consequências disso para a época.

Ouça o episódio do PodCast agora mesmo.